Processo Doloroso - Parte I

(Marcos 8:34) - E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, NEGUE-SE A SI MESMO, e TOME A SUA CRUZ, e SIGA-ME.
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Quando jovem e durante muito tempo em minha vida pratiquei aulas de artes marciais. Das muitas coisas que ouvi, assimilei e guardei; entre elas ficou a frase do professor na ocasião: “Não existe um aluno ruim, existe sim... um professor ruim!”.
É uma forma direta de “trazer para si” a responsabilidade por ensinar de forma correta e entendimentos deste tipo nos levam a estudar e a buscar passar adiante aquilo que aprendemos de forma correta.
Hoje vejo que a “igreja” moderna não trabalha com instrução e com o ensinamento correto, ela trabalha manipulando a EMOÇÃO de cada indivíduo e para isso mexe logo “de cara” com o EGO, atribuindo às pessoas TÍTULOS ou RÓTULOS que mais enganam do que denotam a realidade.
O ser – humano gosta de rótulos e títulos. Sou militar e lembro-me que certa vez quando conversávamos no trabalho sobre aumento salarial, um superior falou algo interessante: “É mais fácil ao governo nos dar promoções do que aumento de salário, pois o homem é orgulhoso e o orgulho de ser promovido, supera a necessidade do aumento salarial”.
O RÓTULO dá a pessoa um sentido errado acerca de uma condição. Na verdade quando mal atribuído ele mais engana do que revela algo.
Vejamos o primeiro exemplo que a “igreja” nos fornece: A pessoa vem ao culto (ou reunião, ou qualquer outra forma de reunião) ouve a palavra, é envolvido pela situação e sente a necessidade de se manifestar após o “apelo”.
Até ai é uma resposta a um CHAMADO que é aqui representada por uma atitude muito bem vista aos olhos de Deus certamente.
Mas ocorre como procedimento corriqueiro que a “igreja” o recebe e já proporciona a pessoa um rótulo, o de NOVO CONVERTIDO. Vou até concordar com o novo, mas seria esta pessoa CONVERTIDA para que fosse assim denominada?
Os defensores da causa de certo aplicarão um “isso não tem nada haver” (frase diabólica em meio aos evangélicos), mas procure entender a conotação psicológica que tais “títulos” dão as pessoas, atribuindo a elas condições que na verdade não são delas.
Criando logo na chegada uma confusão mental que é aplaudida por satanás. Confusão gera erro, erro gera pecado e pecado nos afasta de Deus. CONVERTER significa: mudar, transformar. É transformar uma “coisa” em outra “coisa” – falando vulgarmente.
Vamos aqui tomar, por exemplo, a substância química conhecida por: H2O (água).
Erradamente as pessoas assimilam mais esta substância apenas no seu estado “mais comum” digamos assim, no seu estado líquido, porém a água esta permanentemente a nossa volta em todos os seus 03 diferentes estados: Líquido (água), sólido (gelo) e gasoso (vapor de água). Agora para que a água em seu estado “natural” (digamos assim) possa chegar a outro estado, ser CONVERTIDA a outra condição como o VAPOR DE ÁGUA, por exemplo, ela deve ser submetida a um processo que conhecemos como FERVURA.
Somente depois de passado este processo, teremos a água ainda com sua composição normal (H2O), porém em um estado completamente diferente.
Vamos trazer isso para a nossa realidade. As pessoas chegam à igreja, tem a ATITUDE de levantar a mão e pronto, SEM PROCESSO ALGUM a água virou vapor. Você agora é uma pessoa CONVERTIDA.
É certo que tal atitude esta completamente errada.
Não se é convertido, apenas se iniciou o PROCESSO de conversão, que na verdade não é fácil, que é mais doloroso para uns do que para outros, que pode durar uma vida toda.
Mas isso a “igreja” não ensina.
Então temos pessoas enraizadas nas “igrejas” cometendo dos mais diversos pecados e presas a erros dos mais diferentes, porém cada uma delas se “achando” convertidas. Confusas por vezes, haja vista que se entendermos que ser CONVERTIDO é ser LIBERTO, como eu sou convertido se sou preso a tanto erro?
Então acontecem os problemas conjugais, familiares e pessoais, surge a necessidade de participar das CAMPANHAS e CORRENTES de CURA E LIBERTAÇÃO e as pessoas vão se ajuntando e correndo atrás infinitamente de algo que na verdade elas nem bem sabem o que é, pois também não lhes é explicado a contento.
Elas querem, elas buscam, mas buscam sem uma direção esclarecida e isso causa confusão.
A igreja resgata o doente, mas não o encaminha para a cura, apenas o mantém indefinidamente na UTI.
E assim vive o crente como que em um hospital apenas trocando de leito e indo freqüentemente da UTI para a enfermaria, sem em sua maioria nunca receber a “alta médica”.
Pode um cego guiar outro cego?
Um doente curar outro doente?

O que é realmente SER CONVERTIDO segundo o que é ensinado na palavra?

Vamos começar a responder isso na parte II deste artigo.

Inicialmente convidamos você a fazer uma reflexão sobre seus atos e comportamentos e se fazer a pergunta: Eu posso me considerar CONVERTIDO?
Não sigo os princípios religiosos de certas personalidades, eu sou servo de Jesus Cristo e temente a Deus, mas gosto de ler frases coerentes.

CONHECER OS OUTROS É INTELIGÊNCIA, CONHECER A SI PRÓPRIO É SABEDORIA”
- Lao Tsé (Filósofo Chinês).


Busque antes de tudo saber quem você realmente é.

Marcus VPM
10:30 - 27 mar 2011

Um comentário:

  1. Esse texto dá uma chacoalhada no nosso entendimento, nos faz ver com exatidão, a nossa verdadeira posição perante a VIDA NOVA, q não nos tornamos novas pessoas, qndo aceitamos a Cristo, e sim, com o passar do processo q cada um de nós deve passar,pra atingir a maturidade cristã. Parabéns, esse texto me fez enxergar q esse PROCESSO, acontece ao longo do tempo, e não de forma imediatista como nos foi e ainda é ensinado erroneamente. Abraços!

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